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É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão, do que sentar-se, fazendo nada até o final.
Eu prefiro na chuva caminhar, do que em dias frios em casa me esconder.
Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver.


Martin Luther King.

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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A importância de um abraço

Em tempos idos era eu gerente da sucursal de uma empresa seguradora, em Belo Horizonte.
Estressado pela responsabilidade imposta pelo cargo e por metas a serem alcançadas,
sofri por quatro meses com o distúrbio de uma glândula que me provocava sudorese em excesso,
independente do calor ou frio que estivesse fazendo.

Minhas mãos estavam sempre suadas e por mais que as enxugasse em lenços
preventivamente levados comigo, permaneciam úmidas.

Meus contatos profissionais eram muitos, diariamente,
e ficava constrangido, na hora do aperto de mãos,
nas apresentações ou reencontros de clientes.

Então, como recurso estratégico, ao ver mãos estendidas para mim,
ignorava-as e partia para um abraço, acompanhado de
"Muito prazer, Ary Franco".
Neste período realizei bons negócios e fiz grandes amigos, como nunca dantes.

Depois de "curado", com tratamento médico adequado,
resolvi continuar com meus, agora espontâneos, abraços.
Ao meu gabinete de trabalho eram conduzidos os funcionários novos,
contratados pelo RH, para me serem apresentados.
Desde o contínuo, até os mais graduados, eu levantava-me da cadeira,
contornava minha mesa e abraçava o recém-chegado, dando-lhe as boas-vindas.
Era eu o gerente "mais legal do mundo!".

Certa feita o gari que varria a minha rua, tocou o interfone
e perguntou-me se eu poderia assinar na "listinha de Natal".
Peguei uma nota (não me lembro mais do valor) e fui ao portão apor meu nome na lista.
Ele retirou a luva da mão direita e estendeu-a para mim, desejando-me um Feliz Natal.
Ignorei aquela mão e abracei-o, retribuindo os votos.
Meio acanhado ele disse-me, durante o abraço:
"Doutor, estou sujo e suado"
Eu respondi:
"Perante Deus, talvez eu o esteja mais que você!".

Daquele dia em diante, minha calçada era a mais bem varrida e limpa de todas
e era na minha casa que ele mitigava sua sede nos dias mais quentes sob o sol causticante
que dificultava a exaustiva tarefa de seu trabalho.

Então, aí ficou para mim uma lição de vida,
transformando uma adversidade em um grande aprendizado,
certamente ministrado pelo nosso Deus Criador.




Ary Franco
Miguel Pereira,
22 de agosto de 2010

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