Quando voar já não parece mais ter graça, quando o arco íris não parece mais ser colorido, quando tudo que dizíamos ser eterno parece perder o sentido, o que fazer?pra onde correr? a quem chamar? quem pode me ajudar a levantar? quem pode enxugar as gotas que não cessam? já se cansaram de recolhe-las, eu também cansei de derramá-las, mas não acho a torneira que a faz parar, já olhei no centro, dizem que tudo se esconde, se perde, se acha por lá, mas não encontrei, já procurei no alto, dizem que lá é mais organizado e fácil de localizar, também não achei, e descobri que lá está ainda mais bagunçado. O gotejar me irrita, me incomoda, o som do pingar parece nunca se findar, não sei o que é pior o som que faz, o caminho brilhante que se desenha nas linhas que percorre até em um lugar se desmanchar ou se é a razão tão incompreensível, tão imatura, tão longínqua de explicação que as fazem juntar-se e formar, aquela tão pequena e singela forma de gritar, a alma grita quando a faz pingar, a alma pede ajuda, pois o que sente transborda, forma de se expressar. Alguém sabe onde é a torneira?
Miyh Costa
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