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É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão, do que sentar-se, fazendo nada até o final.
Eu prefiro na chuva caminhar, do que em dias frios em casa me esconder.
Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver.


Martin Luther King.

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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

CARTA DE SUICÍDIO

Escrevo para retratar o meu último dia de vida nesta terra. Acabou. Não dá mais.

Apesar do frio que essa tarde de outubro faz, o sol lá fora está a brilhar, não que signifique algo pra mim, pois por mais que os raios venham tocar a minha face gritando em forma de luz que o sol está a raiar, o frio me faz congelar e ver apenas o vento que bate, tornando o céu límpido em coberto de neblinas.

A algum tempo eu o vejo assim. Já tentei limpar os olhos, a mente, o coração, mas continua tudo em preto e branco. Já tentei voltar minha atenção pras belezas dessa vida e olhando como pessoas com dificuldades muito maiores sorriem tentar fazer o mesmo, mas não consegui. O sorriso que os meus lábios estampam é somente para evitar o aborrecimento de perguntas, questionamentos me instam, não se pode ler minha alma, pra que vou declamá-la. A única coisa que tenho de realmente meu são meus pensamentos e minhas emoções, nada além disso.

Registro por essas linhas o fim de uma alma farta. A pausa eterna de um sofrimento não possível de se entender e de igual modo impossível de se continuar a sentir. O ponto final que ponho hoje é no desânimo que me abraça, corto hoje os seus braços. O The end que coloco hoje é em uma comédia sem graça que não me fez rir, e em um drama trágico demais que só me fez chorar. O que faço aqui é finalizar este meu ser.

Ao contrário do que até aqui soa não porei um fim em minha vida, não cortarei literalmente os pulsos ou porei uma corda em volta de meu pescoço, as vezes já desejei a morte, mas ela não colocaria um fim como assim desejo, colocaria uma vírgula pra uma vida de pior caos e angústia. O que quero é sim cortar os pulsos do meu egoísmo e da minha falta de amor próprio, o que quero hoje é colocar uma corda em volta do pescoço do meu antigo eu e dar início a uma nova vida.

Cristo me comprou por um alto preço, preço de sangue. Tenho o direito de ser nova criatura.

Teoricamente isso já aconteceu quando aceitei ao Senhor Jesus como meu salvador, quando me batizei, mas a verdade a qual chego sozinha, com os meus eu’s é que preciso ser nova criatura diariamente, preciso me desvincular dos meus sombrios pensamentos e do meu negativismo, sei que tenho uma bagagem que insiste em querer ir comigo até o fim da viagem, mas não a levarei mais. Quero hoje abrir mão de tudo, assim como amanhã novamente me livrar do velho homem, e depois e depois e depois.

Cada dia que me levanto tenho que fazer o meu esforço, sorrir apesar de fácil fisicamente exige uma dedicação nem sempre notada quando se tem feriada a alma, internamente é que se estão os mais fundos poços, as mais inexploradas florestas , os nunca navegados mares, só nós podemos decidir mudar as coisas, só um é capaz de sondar-nos a ponto de nos trazer a paz.

E é a este que entrego minha vida.

Ponto final na antiga.

Novo começo eu quero ter, hoje e sempre. Até a sua vinda.
Miyh Costa.


Um comentário:

  1. Amiga, devemos morrer todos os dias. Olhar para cruz, pois lá está a nossa esperança.
    Ele morreu por nós, mas a cruz está vazia, o tumulo está vazio... porque Ele vive!

    E "porque Ele vive, posso crer no amanhã"!

    E só isso é motivo de sorrirmos e entender que esta vida é assim mesmo, mas nossa esperança é o amanhã!

    Bjo grande! Saudades sempre!
    Eu tambem tenho um blog pessoal... se quiser aparece lá: http://elizabeterodrigues2.blogspot.com/

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